«Vai-te, insecto mesquinho e vil na terra!»
Depois de assim ter dito
Este lhe declarou cruenta guerra:
«Pensas tu que por seres rei dos bichos,
Tua audácia tolero?
Mais força tem um boi e, quando quero,
Sujeito-o a meus caprichos!»
Diz, e toca a avançar;
Foi o Heroi e o trombeta na batalha.
Zumbe em torno ao leão, tanto o atrapalha,
Que o faz desesperar.
Ao longe põe-se um pouco;
Depois, salta-lhe em cima do enchaço
E torna-o quase louco.
A fera com rugido atroa o espaço.
De ouvir o horrendo grito,
De seus ecos
Tremem os animais dos arredores;
Tudo obra de um mosquito!
O insecto pequenino, ousado e pronto,
Ora ao dorso lhe salta,
Ora a juba lhe assalta.
A raiva no leão sobe de ponto:
Com a cauda açoita os flancos,
Com o olhar de ameaça
E, rugindo duríssimos arrancos,
Com as garras a si se despedaça, mosquito:
Até que, de fatigado,
O insecto do combate sai com glória
A mais alta e completa,
E na mesma trombetaEm que a avançar tocou, cantou vitória.
Mas, proclamando ao mundo esta façanha
Não vista e desmedida, Na teia duma aranha
Cai, fica embaraçado e perde a vida!
A fábula vos diz que os inimigos
Nunca deveis considerar somenos;
E que pode o que escapa a grandes perigos,
Não poder escapar aos mais pequenos.
Este poema foi retirado de: http://sol.sapo.pt/blogs/osiriux/archive/2009/02/09/F_E100_bulas-de-La-Fontaine-_2800_O-Le_E300_o-e-o-Mosquito_2900_.aspx
A: 12/03/2010
O texto foi alterado um pouco por um membro do grupo pelo que, se quiserem ver o texto original, vao ao site indicado.
Enjoy it!
Sem comentários:
Enviar um comentário